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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quando o shopping ocupa o espaço da cultura e do lazer

Quando o shopping ocupa o espaço da cultura e do lazer

  • Jovens da periferia de SP reclamam de falta de opção para diversão
Binho lidera sarau de poesia numa biblioteca municipal, no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo: ‘na periferia só tem bar e igreja’, diz o poeta, que estimula o hábito da leitura entre os jovens Foto: MICHEL FILHO
Binho lidera sarau de poesia numa biblioteca municipal, no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo: ‘na periferia só tem bar e igreja’, diz o poeta, que estimula o hábito da leitura entre os jovens MICHEL FILHO
SÃO PAULO - Queixa comum dos jovens da periferia de São Paulo é a falta de opções de lazer. O Parque do Ibirapuera, o maior da cidade, ou a Avenida Paulista, por exemplo, ficam muito longe das franjas da cidade: é preciso pegar trem ou metrô para chegar à Paulista. Já o Ibirapuera não possui nenhuma estação de transporte público próxima, algo inimaginável em cidades do porte de São Paulo, como Londres, Nova York ou mesmo a Cidade do México. Sobram poucas opções de diversão, principalmente sem se gastar dinheiro. Os shopping centers, em evidência agora por conta dos rolezinhos, acabam ocupando esse espaço.
- Aqui não tem praia, parques ficam tão longe... Ir a um museu, a um teatro ou a um cinema é muito caro. O que a gente faz é navegar na internet e ir ao shopping - reclama Larissa Pereira, de 18 anos, frequentadora do Shopping Itaquera, na Zona Leste.
As sedes do Sesc, presentes em vários bairros da periferia, e os Centro Educacionais Unificados (CEUs) são praticamente os únicos locais que oferecem atividades de esporte, lazer e cultura para esses jovens. Criados em 2001, na gestão de Marta Suplicy (antes prefeita e hoje ministra da Cultura), esses centros, um total de 45, podem ser frequentados por moradores de todas as idades, gratuitamente ou quase: possuem quadras poliesportivas, teatros, playground e piscinas. A prefeitura pretende construir mais dez por São Paulo - sete na Zona Leste, justamente o local que mais carece de áreas de lazer. Ali, há o Parque do Carmo, em Itaquera, aliás, bastante frequentado pela turma dos rolezinhos.
- Na periferia de São Paulo só tem igreja e bar. Os jovens ficam meio perdidos. Com os saraus, além de darmos um pouco de diversão para eles, estimulamos o hábito da leitura - atesta o poeta Binho, que há dez anos iniciou saraus de poesia nas franjas da cidade.
Hoje, esses saraus reúnem milhares de jovens em bibliotecas públicas, na casa dos poetas, em bares e centros culturais improvisados. Caso do Espaço Clariô, em Taboão da Serra, município colado às zonas Oeste e Sul. O local funciona em duas casas humildes, que são alugadas por um grupo de “interessados em cultura, por uma simples questão de amor à arte”, conta Binho.
- O apoio do Estado é nulo - conclui o poeta.


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